Artigos acadêmicos

Ednalva de Sousa
Joselma Bezerra
Raquel de Sousa Andrade
 raqueluepb@hotmail.com
Tarcia Paulino da Silva
Disciplina: Educação e Trabalho
Professora: Margareth Maria de Melo
INTRODUÇÃO
           
O termo educação compreende diversos conceitos os quais variam, por exemplo, em virtude, do momento histórico. Vários teóricos refletiram de diversas maneiras acerca do que é educação, Durkheim, por exemplo, considerou a relação entre educação e sociedade, afirmando que a educação, a ação educativa permite ao indivíduo uma integração e um envolvimento com o sistema social. Sendo assim o presente artigo tem como objetivo apresentar conceitos e várias concepções de educação bem como refletir sobre os mesmos.
            Como ponto de partida tomou-se por base o conceito de educação no Brasil Colônia que se dava no cotidiano, não havendo escola, essa educação acabava por se unir a própria vida. (...) “a educação indígena era eminentemente empírica, consistindo antes de mais nada, em transmitir através da gerações uma tradição codificada (...) (TOBIAS, 1986, p.31 apud ZOTTI, 2004, p.13). Com isso percebe-se que o indígena do Brasil colônia aprendia com as pessoas mais velhas, mostrando que “não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor (...)” (BRANDÃO, 1981, p.9).
            No entanto essa realidade educacional vem a ser transformada com a chegada dos portugueses; a educação passa a ser a catequese sob a responsabilidade dos jesuítas, para servir de subsídios para a colonização das mentes, além de impor uma ideologia, a do dominador, do opressor. Além disso
“a educação dos jesuítas destinava-se à formação das elites burguesas, para prepara-los a exercer a hegemonia cultural e política. Eficientes na formação das classes dirigentes, os jesuítas descuidaram completamente da educação popular”.  (GADOTTI, 2002, P.72)
            Com isso percebe-se que a educação era exclusiva para a elite. Sendo este um conceito de uma concepção Renascentista, que foi um período que se denominou uma nova sociedade e de novas relações sociais cotidianas, além de um ideal de homem burguês e nobre, se era este o ideal de homem logicamente a educação desse período foi elitista, excludente não alcançando a massa.
            Posteriormente já em uma concepção Iluminista, aborda-se a concepção de educação de Rousseau onde ele “desmistificou a concepção de que a educação é o processo pelo qual a criança passa a adquirir conhecimentos, hábitos, e atitudes armazenados pela civilização sem qualquer modificação.” (PARAIBA, p.44). Em sua concepção ele mostra que a criança não deve ser moldada de acordo com um modelo estabelecido, além de fazer só aquilo que é capaz sem a ajuda dos outros, pois ele afirma que “a educação não vem de fora, é a expressão livre da criança no seu contato com a natureza.” (PARAIBA, p.44). Com isso percebe-se que para Rousseau a educação se faz através das experiências e de forma individual, pois para ele o homem devia ser dono de si próprio.
            Na concepção Positivista Durkheim, criador da sociologia da educação, dizia que a educação é um fato social e “é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social.” (DURKHEIM, 1955 apud GADOTTI, 2002, p.115). Vemos, portanto a diferença entre a teoria de Rousseau e de Durkheim onde para o segundo a criança deve ser preparada para a sociedade e para sua própria existência, pois para ele possuímos dois seres: o ser individual e o ser social.
            Voltando-se agora para a concepção Progressista analisando o conceito de educação em Paulo Freire considerado um dos maiores educadores brasileiro. “Paulo Freire entendia que através da educação seria possível ampliar a participação consistente das massas e levar à sua organização crescente” (GADOTTI, 1994, p.26). Percebe-se assim, que a educação para ele é um meio de libertar-se da opressão, respaldado pela realidade do educando, de seus conhecimentos e não a cultura da elite, buscando a superação. Ainda “Para Paulo Freire, a educação se torna um momento de experiência dialética total da humanização dos homens, com igual, participação dialógica do educando.” (SHIMIED – KOWA- RZIK apud GADOTTI, 1994, p.27). Paulo Freire se refere um tipo de educação, a “bancária”, como uma mantenedora da divisão de classes, aquela que nega a participação do educando, pois para Freire o diálogo é importante, pois através dessa relação dialética alunos e professores aprendem juntos.
Ainda na concepção Progressista, Carlos Rodrigues Brandão vem acreditar assim como Paulo Freire em uma educação humanizadora partindo da realidade do educando, e entende educação “como um processo de humanização que se dá ao longo de toda vida, ocorrendo em casa, na rua, no trabalho, na igreja, na escola e de muitos modos diferentes.” (GADOTTI, 1994, p.39). Percebe-se que Brandão vê a Educação humanizadora através do educando. Já para Libâneo
“A educação corresponde, a toda modalidade de influencias e inter-relações que convergem para a formação de traços de personalidade social e do caráter (...) nesse sentido, educação é a instituição social que se ordena no sistema educacional de um país, num determinado momento histórico.” (LIBÂNEO, p.22).
Ditas estas concepções verifica-se que tanto para Paulo Freire, Brandão e Libâneo a educação se dá através das relações, Libâneo complementa dizendo que a educação é uma “instituição social” que modifica e influencia o sistema educacional.
            Outra concepção pertencente a Jacques Delors fala que “a educação surge como um trunfo indispensável à humanidade na sua construção dos ideais de paz, da liberdade e da justiça social.” (DELORS, p11). Esta educação descrita por Delors deve servir para por fim na opressão, na marginalização e propiciar a igualdade social.
            Com todas as concepções e tudo que foi apresentado conclui-se que a educação é um dever de todos, quando diz-se “todos pela educação”  a palavra TODOS leva-nos a refletir e não pensar que o papel de educar pertence apenas a escola, o que além de desempenhar essa “obrigação” a escola deve garantir o acesso a escolarização a todas as pessoas e propiciar  a permanência da mesma. Com diz o educador Tião Rocha: “Educação é um fim; escolarização é um meio (...) Para que haja educação de verdade e integral, temos que pensar além dos muros da escola (...)”. Esse fim objetiva a contínua construção do ser intelectual, feliz, capaz de firma-se cultural e socialmente além dos muros da escola, capaz de refletir sobre a situação e o meio no qual está inserido, uma educação humanista muito além da educação profissional.
Referências
ü BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é Educação. São Paulo – SP. Editora Brasiliense, 1989. 23a edição.
ü DELORS, Jacques. Educação em tesouro a descobrir. 7.ed. – São Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC:UNESCO, 2002;
ü GADOTTI, Moacir. História dos Ideais Pedagógicos. Editora Ática, 2004. 8a edição, 4a impressão.
ü GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. 5a edição. Editora Ática S.A, 1994;
ü LIBÂNEO, José Carlos. Didática.21a impressão. São Paulo: Cortez 2002. – (Coleção Magistério. 2° grau. Série formação de professor;
ü  PARAÍBA, Universidade Estadual. Pró-Reitoria de Integração e Desenvolvimento Estadual. Pró-Reitoria de Ensino de Graduação. Curso de Pedagogia em serviço. Coletânea de testos didáticos/ UEPB- Campina Grande: UEPB, 2003 vol.12.
ü ZOTTI, Solange Aparecida. Educação, Sociedade e Currículo no Brasil- dos jesuítas aos anos de 1980. Campinas, SP: Autores Associados; Brasília, DF: Editora Plano, 2004.

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